Cá estou novamente para fazermos juntos um pequeno treino mental acerca de como podemos aprender a conduzir nosso futuro, nossa carreira profissional, nossa vida pessoal. Logo de início, teremos que diagnosticar dentro de nós mesmos quais são os nossos sonhos reais, para podermos, a partir daí, trabalhar para concretizá-los.
Sonho, desejo, vontade, talento, vocação. Seja qual for a palavra usada, o significado quase que se torna o mesmo: aquilo que quero para mim, o que almejo ser ou ter.
Independente do que seja, é primordial que haja o mínimo de conhecimento, de educação, de cultura para que possamos iniciar um processo de conquista daquilo que é o nosso objectivo de vida. Ter apenas força de vontade e disposição não serão suficientes, pois muito além da conquista, lá na frente, existe algo muito mais difícil e que vai nos exigir muita mais capacidade: é a manutenção daquilo que conseguimos conquistar.
Quantos de nós já não ouvimos falar de algum grande atleta de renome mundial que, após um pequeno período de glória e destaque, desaparece completamente.
Vamos pensar: Quem consegue bater um record mundial hoje, conseguirá mantê-lo amanhã? Quem hoje é eleito o melhor jogador do mundo, conseguirá sê-lo também no ano seguinte? Quem este ano é o atleta mais bem pago do mundo, manterá esta mesma posição no ranking dos próximos anos? Conseguirá ele multiplicar sua fortuna e saber gerir sua carreira, suas finanças e vida pessoal?
Este é um exercício mental válido para todas as esferas da vida, seja desportiva, seja empresarial. Para uma grande empresa se manter como a melhor no competitivo mercado globalizado do mundo actual, é preciso que no seu comando esteja um grande administrador.
Portanto, é preciso tentarmos ser bons administradores da nossa vida, dos nossos sonhos, da nossa carreira. Não se obterá isso de outra forma que não seja através dos estudos, do conhecimento, da cultura e da boa educação.
Não se descuidar dos estudos é tão importante quanto não se descuidar dos treinamentos técnicos. A educação deve seguir em paralelo ao desenvolvimento desportivo, mesmo considerando admitir-se uma certa flexibilidade em prazos para términos dos cursos ou nos horários de frequência.
É um erro fatal o jovem atleta achar que deve dedicar-se exclusivamente ao desporto, mesmo que possua um talento acima da média e que o futuro lhe pareça extremamente promissor. A educação, além de ser imprescindível para a manutenção do seu sucesso enquanto atleta, ajudará imenso a desenvolver a capacidade de concentração, de compreensão, de análise, além do que apenas o conhecimento nos proporciona uma verdadeira lucidez nos momentos de "tomada de decisão".
Muitas vezes, o sucesso ou o fracasso dependem da nossa capacidade intelectual, do conhecimento que adquirimos nas salas de aula, das horas perdidas entre os livros, das dores de cabeça a resolver problemas matemáticos, ou a decorar momentos históricos, ou a aprender os princípios da Física.
Parecem coisas desnecessárias num primeiro momento para aquele que está a galgar rapidamente os degraus da fama e do sucesso, mas que farão falta lá na frente, quando precisar de conhecimento para administrar sua carreira desportiva ou para desenvolver uma outra carreira profissional após o término do desporto. O que muitos esquecem é que a vida desportiva é muita rápida e cedo acaba, pois a idade é factor decisivo para a manutenção de uma carreira nesta área. Anualmente aparecem outros atletas, cada vez mais novos, a entrarem no mundo desportivo e a concorrência é sempre grande.
Não fosse apenas por estes motivos todos, com a educação adquirimos também uma formação como cidadãos, como seres humanos, pessoas conscientes dos seus direitos e deveres perante a sociedade em que vivemos.
No desporto, nada substitui o talento. Na vida em geral, nada substitui o conhecimento. Para o jovem atleta em formação, desenvolver seu "talento" e adquirir mais "conhecimento" devem fazer parte de seus sonhos e objectivos de vida.
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